domingo, 13 de março de 2011

3 minutos



Eu não tenho nem mais 3 minutos pra você.
Eu não tenho nem mais meia palavra pra te dizer.
Se nenhum amor dura pra sempre, nenhuma dor também.
Eu não tenho nem mais 1 segundo pra você, eu não tenho a cabeça no lugar pra te dizer...
A gente acha o que procura, existe sempre um outro alguém.
Eu já me cansei dessa história, não vou viver de memórias... viver é bem mais.
Eu não quero mais saber de você.
Eu não tenho mais vontade de te ter.
Se nenhum amor dura pra sempre, nenhuma dor também.
Não quero mais sentir teu cheiro, não quero mais ouvir tuas palavras.
Eu já me cansei dessa história, não vou viver de memórias... Viver é bem mais.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"As palavras criadas para definir
 conseguem apenas complicar
 signos diversos para demonstrar
 o que um simples olhar poderia resumir"

Martha  Medeiros

sábado, 5 de fevereiro de 2011


É curioso não saber dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo"
Clarice Lispector

Mas há a vida


Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
Clarice Lispector

Amor


Amor é quando é concedido participar um pouco mais.
Amor é a grande desilusão de tudo mais.
Amor é finalmente a pobreza.
Amor é não ter inclusive amor.
É a desilusão do que se pensava que era amor.
Amor não é prêmio por isso não envaidece.
Clarice Lispector

- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende.
Clarice Lispector

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Amavisse


Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.


Hilda Hilst